Lula Reage a Críticas com Novas Leis e Acelera Pauta de Segurança
Piracicaba, SP — Em meio à repercussão da megaoperação no Rio de Janeiro — já considerada a mais letal da história do estado, com mais de 120 mortos nos complexos da Penha e do Alemão —, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou uma forte contraofensiva para reforçar seu discurso no combate ao crime organizado.
As movimentações do Planalto são uma resposta direta às duras críticas do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que declarou que o estado está "sozinho" na luta.
A crise de imagem foi agravada por uma confusão de informações. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, insistiu que o governo federal não foi avisado sobre a ação. No entanto, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, informou que a corporação foi comunicada a "nível operacional", mas avaliou que a atribuição não era da PF. A contradição virou munição para a oposição.
A Reação do Planalto
A resposta de Lula veio em múltiplas frentes. A primeira atitude foi enviar uma comitiva de ministros a Bangu, incluindo Lewandowski e Anielle Franco (Igualdade Racial). Em seguida, foi anunciada a criação de um escritório emergencial de comunicação com o Rio e o envio de 20 peritos da PF.
Dois dias após a operação, o presidente agiu na esfera legislativa: sancionou uma nova lei (15.245/2025) que endurece o combate ao crime, estabelecendo pena de 4 a 12 anos para quem "embaraçar ou retaliar" investigações contra facções.
A Batalha Legislativa: PEC vs. Projeto de Lei
O governo também intensificou o discurso pela aprovação da PEC da Segurança Pública, a principal aposta de Lula para a área. A proposta, que cria o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), teve um trecho polêmico retirado (que dava poder exclusivo à União) e agora tem promessa do presidente da Câmara, Hugo Motta, de ser votada em comissão especial em dezembro.
Paralelamente, o Ministério da Justiça corre com um Projeto de Lei Antifacção. A proposta é vista internamente como uma resposta "mais rápida" à sociedade do que a PEC, pois tramita com mais agilidade.
O texto, que também endurece penas (tornando-as hediondas), foi enviado à Casa Civil em meio à repercussão da operação no Rio e aguarda a análise para ser enviado ao Congresso.
