O mercado de varejo brasileiro acordou com uma verdadeira bomba nesta quinta-feira (23). A Casas Bahia (BHIA3) anunciou uma parceria de longo prazo para vender seus produtos diretamente dentro do site do Mercado Livre (MELI34).
A reação na Bolsa de Valores (B3) foi imediata e brutal: as ações da Casas Bahia dispararam 12,70%, enquanto sua principal rival, o Magazine Luiza (MGLU3), desabou 5,64%.
Mas, afinal, o que essa parceria significa para o mercado e por que ela mexeu tanto com os papéis?
O "Ganha-Ganha" de Casas Bahia e Mercado Livre
Para os analistas de mercado, o movimento foi um claro "ganha-ganha" para as duas empresas, especialmente às vésperas da Black Friday.
Para a Casas Bahia: A varejista, que passa por um momento de reestruturação, ganha um fôlego gigantesco. Ao invés de depender apenas do seu próprio site, ela agora terá seus produtos (como geladeiras, TVs e móveis) expostos na maior vitrine da América Latina.
Como destacou a Genial Investimentos, isso "amplia o alcance digital" e "melhora o giro de estoques", permitindo à Casas Bahia acessar a base de clientes gigantesca do Mercado Livre.
Para o Mercado Livre: Embora seja o líder do e-commerce, o Mercado Livre não tinha o mesmo "peso" da concorrência na venda de bens duráveis (produtos grandes e pesados). A logística para entregar uma geladeira é muito mais complexa que a de um celular. Com a parceria, o MELI ganha a expertise e a estrutura logística da Casas Bahia exatamente nessas categorias.
Por que o Magazine Luiza Desabou?
Se a notícia foi ótima para as duas parceiras, foi péssima para quem assiste de fora. O Magazine Luiza viu seus dois maiores concorrentes unindo forças.
Analistas do Bradesco BBI e da Ativa Investimentos foram claros: a parceria é negativa para o MGLU3 porque a competição vai aumentar exatamente nas suas categorias principais (eletrônicos e eletrodomésticos).
Com a força de escala do Mercado Livre unida à logística de grandes itens da Casas Bahia, o mercado prevê que a briga por clientes ficará muito mais acirrada, com "níveis promocionais mais agressivos".
Em bom português: a guerra de preços para a Black Friday e para 2026 acaba de ficar muito mais sangrenta para o Magalu.
