Caso Lázaro: Falhas Graves e "Vícios" em Inquérito Levam Justiça a Reabrir Investigação sobre Ação Policial
Piracicaba, SP — A Justiça de Goiás determinou a reabertura do inquérito que investiga a conduta dos policiais militares envolvidos na captura e morte de Lázaro Barbosa, em 2021. A decisão, mantida sob sigilo, foi tomada após o Ministério Público (MPGO) apontar "falhas graves" e "vícios de investigação" no material original apresentado pela Corregedoria da PM.
Embora um inquérito interno da própria Polícia Militar tenha concluído que os agentes agiram em legítima defesa, o procedimento encaminhado à Polícia Civil e ao MP foi considerado "viciado".
Segundo fontes, o inquérito não continha diligências básicas e essenciais para a apuração. Faltavam os depoimentos de testemunhas-chave e, surpreendentemente, até mesmo as oitivas formais dos próprios policiais envolvidos na ação.
Além disso, não foram anexados laudos periciais cruciais, como o exame cadavérico detalhado e o registro pericial completo do local da morte. Lázaro chegou a ser socorrido com vida, mas os relatórios médicos no inquérito também estavam incompletos.
Com a reabertura, o caso ficará sob responsabilidade da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios, que terá 80 dias para apresentar um novo parecer. A Justiça determinou a coleta de novas provas, incluindo os depoimentos dos policiais e de familiares de Lázaro, além da busca por imagens de câmeras de segurança.
Cinco policiais são investigados pela morte do criminoso. Lázaro Barbosa foi morto em 28 de junho de 2021, após uma caçada de 20 dias por ter assassinado brutalmente quatro pessoas de uma mesma família no DF.
A operação de captura foi marcada por 125 disparos policiais. A perícia confirmou que o corpo de Lázaro foi atingido por 38 tiros.
