Nova York e Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quarta-feira (24), após sua participação na Assembleia Geral da ONU, que não descarta a possibilidade de um novo encontro presencial com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Pode ser presencial, podemos ainda discutir”, afirmou Lula em coletiva à imprensa, ao ser questionado sobre a chance de uma reunião oficial.
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Segundo o chefe do Executivo, o breve contato que teve com Trump nos bastidores do evento abriu espaço para uma aproximação. “Tudo pode ser resolvido quando duas pessoas conversam. Acredito no poder de convencimento das palavras. Quero que ele conheça o Brasil e também entender as informações que recebeu sobre o nosso país”, disse.
Lula acrescentou ainda que é legítimo Trump demonstrar preocupação com temas econômicos. O petista contou que estendeu a mão ao republicano e destacou que Brasil e EUA têm “muito a conversar”.
Trump, por sua vez, mencionou em seu discurso na ONU que se encontrou rapidamente com Lula, que houve troca de abraços e que os dois podem voltar a se reunir “na próxima semana”. O ex-presidente norte-americano ressaltou que houve uma “excelente química” entre eles.
Até o momento, nem Brasília nem Washington confirmaram oficialmente data ou local para esse possível encontro.
Contexto da crise
A aproximação ocorre em meio a uma escalada nas tensões comerciais entre os dois países. Em julho, Trump assinou uma ordem executiva que elevou em 40% as tarifas sobre produtos brasileiros, totalizando uma taxação de 50%. O governo dos EUA justificou a medida como resposta a violações de direitos humanos no Brasil e às condenações judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em Nova York, Lula afirmou que o diálogo entre Brasil e Estados Unidos deve incluir interesses industriais, tecnológicos e digitais, além da construção de uma agenda positiva para reduzir desgastes recentes.