Apagão na Grande São Paulo persiste seis dias após ventania de quase 100 km/h causada por ciclone extratropical. Mais de 26 mil clientes continuam sem luz, e Ministério Público pede suspensão de contrato da Enel.
Apagão Prolongado: Consequências do Ciclone Extratropical
Seis dias após a passagem do ciclone extratropical que atingiu o Sul do país e provocou ventos de quase 100 km/h na região de São Paulo, o problema no fornecimento de energia elétrica persiste. De acordo com o painel de monitoramento da Enel, a concessionária responsável, mais de 26 mil imóveis na Região Metropolitana de São Paulo continuam sem luz.
O evento climático, que ocorreu na última quarta-feira (10/12), chegou a deixar mais de 2 milhões de imóveis sem energia na Grande São Paulo.

Situação Atual na Região Metropolitana

Apesar de a Enel ter comunicado na noite de domingo (14/12) que o fornecimento estava "voltando ao padrão de normalidade", os números ainda indicam um cenário crítico em algumas áreas:
Capital Paulista: A cidade de São Paulo é a mais afetada, com 17.271 endereços ainda sem energia.
Outras Cidades: Cotia registra 2.315 clientes no escuro, seguida por Itapecerica da Serra, com 838 imóveis afetados.
Impactos Severos e Reconstrução da Rede
A ventania, considerada pela Enel como o vendaval mais prolongado já registrado na região (com picos de 98,1 km/h na Lapa), causou impactos generalizados:
Infraestrutura: Derrubou dezenas de árvores e causou falha em semáforos, gerando caos no trânsito.
Serviços: Provocou falta d’água em alguns bairros, já que a Sabesp depende da eletricidade para o abastecimento.
Aéreo: Resultou no cancelamento de mais de 300 voos nos aeroportos da região.
A Enel informou que suas equipes seguem atuando em "casos mais complexos de reconstrução de rede, que envolvem troca de cabos, postes e outros equipamentos".
Reação do Ministério Público e Contrato da Enel
A gravidade e a duração do apagão motivaram uma reação institucional. Na sexta-feira (12/12), o Ministério Público no Tribunal de Contas da União (MPTCU) recomendou à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a suspensão de quaisquer atos administrativos relacionados à renovação do contrato da Enel.
Para o MPTCU, as "falhas graves" na prestação do serviço em São Paulo evidenciam uma violação da Constituição, sendo essencial evitar a "perpetuação de concessões que não atendam aos padrões exigidos pela legislação”.