Noticias de Piracicaba hoje — Neste feriado de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, os números confirmam que a desigualdade racial no mercado de trabalho ainda é uma barreira gigantesca.
Um novo boletim divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) revela que trabalhadores negros recebem, em média, 42% a menos do que brancos, amarelos e indígenas na capital do país.
A disparidade financeira é clara: enquanto o rendimento médio da população negra é de R$ 3.816, o de pessoas não negras salta para R$ 6.568.
O estudo mostra que o abismo salarial atravessa todos os setores. No serviço público, historicamente visto como um equalizador, a diferença persiste: servidores negros ganham em média R$ 9.404, contra R$ 12.470 dos não negros.
Na base da pirâmide, os trabalhadores domésticos negros (a maioria mulheres) vivem com pouco mais de um salário mínimo: R$ 1.560.
Maioria na População, Minoria na Renda
O levantamento destaca um paradoxo. A população em idade ativa no DF é majoritariamente negra (61,9%), somando mais de 1,6 milhão de pessoas.
Apesar da desvantagem salarial, houve um dado positivo: entre 2023 e 2024, a taxa de ocupação cresceu muito mais entre a população negra (5,4%) do que entre a não negra (0,4%), impulsionada principalmente pela indústria de transformação e pelo comércio.
No entanto, os dados provam que ter mais acesso ao emprego ainda não significa ter acesso à mesma remuneração.
