"Gêmeas do Crime": Confissão, Voz Alterada e Ritual Bizarro Marcam Investigação de Envenenamentos
Piracicaba, SP — Detalhes chocantes sobre a atuação das chamadas "gêmeas do crime" vieram à tona após a confissão de uma das suspeitas. Em um depoimento de mais de três horas à polícia, Ana Paula
Veloso Fernandes, 36 anos, admitiu envolvimento em ao menos dois dos quatro assassinatos por envenenamento e revelou uma trama de dissimulação que incluía o uso de um aplicativo para alterar sua voz e um bizarro pedido de "sangue de galinha" para um suposto ritual após uma das mortes.

Ana Paula está presa preventivamente desde setembro e, segundo a Justiça, age como uma "verdadeira serial killer". Sua irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, também foi detida e indiciada nesta quarta-feira (15) pelo envolvimento nos quatro homicídios.
Uma terceira mulher, Michele Paiva da Silva, foi presa no Rio de Janeiro, acusada de contratar as irmãs para matar o próprio pai com uma feijoada envenenada.
Confissão e Métodos Sombrios
No interrogatório obtido pelo portal Metrópoles, Ana Paula descreveu friamente como atuou. No assassinato de Neil Corrêa da Silva, no Rio, ela detalhou ter ficado "de olheira" para garantir que ninguém interferisse enquanto a vítima agonizava.
Mensagens interceptadas pela polícia mostram as irmãs negociando o pagamento pelo crime, usando o termo "TCC" como um suposto código para os homicídios.

Para despistar os investigadores, Ana Paula confessou ter usado um aplicativo que alterava sua voz para a de um homem, enviando mensagens a pessoas ligadas às vítimas para incriminar terceiros, incluindo um ex-amante que seria policial militar.
Após a morte de outra vítima, Hayder Mhazres, ela pediu à irmã que conseguisse sangue de galinha para "realizar um ritual", cujo propósito não foi detalhado.
As Vítimas e a Motivação
A investigação, agora centralizada em Guarulhos, conecta quatro mortes ao esquema:
Marcelo Hari Fonseca (janeiro): Morto em Guarulhos. A motivação seria o controle de um imóvel.
Maria Aparecida Rodrigues (abril): Amiga de Ana Paula, morta para incriminar o ex-amante da suspeita.
Neil Corrêa da Silva (abril): Morto no Rio de Janeiro. O crime teria sido encomendado pela filha da vítima, Michele.
Hayder Mhazres (maio): Morto em São Paulo. Ana Paula o conheceu por um aplicativo e o crime teria motivação financeira, chegando a alegar uma falsa gravidez para reivindicar bens.
Enquanto Ana Paula é apontada como a executora, sua irmã Roberta teria atuado na ocultação de provas, admitindo ter queimado um sofá onde um dos corpos foi encontrado. A defesa de Roberta nega todas as acusações.
A polícia agora aprofunda a investigação com novas diligências, incluindo perícias e análise de movimentações financeiras para identificar possíveis cúmplices.
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