Acusado de Receber R$ 11,9 Milhões, Ex-Procurador do INSS Depõe na CPMI
O dia promete ser tenso na CPMI que investiga as fraudes bilionárias no INSS. O colegiado ouve, nesta quinta-feira (23), o ex-procurador-geral do órgão, Virgílio de Oliveira Filho, e sua esposa, a empresária Thaisa Hoffmann Jonasson.
Ambos são peças-chave na investigação da Polícia Federal sobre o esquema que lesou milhares de aposentados.
Virgílio é apontado pela PF como um dos principais beneficiários da fraude, tendo recebido cerca de R$ 11,9 milhões de empresas ligadas às associações que realizavam os descontos indevidos.
Desse montante, R$ 7,5 milhões teriam vindo de empresas ligadas a Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado como o lobista do esquema. Parte desses repasses teria sido feita por meio da esposa de Virgílio, Thaisa.
Apesar da gravidade das acusações, a expectativa pelo depoimento é cautelosa. Virgílio obteve um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe garante o direito de permanecer em silêncio durante a sessão, evitando responder perguntas que possam incriminá-lo.
O escândalo, revelado em dezembro de 2023, expôs como associações fantasmas arrecadaram R$ 2 bilhões em um ano, por meio de descontos de mensalidade fraudulentos, feitos sem autorização, diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas.
As revelações levaram à Operação Sem Desconto da PF e culminaram nas demissões do então presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
