Crise do Metanol: Polícia Cerca Família por Trás de Bebidas Adulteradas que Já Mataram 6 em SP
Piracicaba, SP — A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, na manhã desta sexta-feira (17), uma nova e crucial fase da operação contra o esquema de bebidas alcoólicas "envenenadas" com metanol.
A ação de hoje, que cumpriu sete mandados de busca e apreensão, mira os familiares de uma mulher presa na semana passada, apontada como dona da fábrica clandestina que produzia o veneno.
As investigações avançam rapidamente desde o dia 10 de outubro, quando a polícia fechou a fábrica em São Bernardo do Campo. No local, foi descoberto que o grupo usava etanol comprado em postos de combustível — que já estava adulterado com metanol — para falsificar as bebidas.
Números da Tragédia
A gravidade do esquema é refletida nos números oficiais. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-SP) confirmou na última quarta-feira (15) que o estado já registra seis mortes confirmadas pela intoxicação, além de outros 33 casos confirmados e 57 em investigação. No total, 90 pessoas foram intoxicadas.
Um dos casos que levaram à fábrica foi o do empresário Ricardo Mira, de 54 anos. No bar onde ele consumiu o produto, a polícia encontrou bebidas com níveis de metanol variando de 14,6% a 45,1% — uma dose letal.
A operação de hoje busca desmantelar toda a rede de distribuição, tendo como alvo a família da suspeita presa, que seria responsável por vender a bebida que também deixou um homem em estado grave na Zona Sul da capital.
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